02/09/2020
Entenda por que as novas regras do gás devem animar a indústria
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira, o texto-base do projeto de lei que muda o marco regulatório do setor de gás natural. A proposta foi enviada ao Congresso pelo governo no ano passado.
Os deputados examinam agora propostas de emendas ao projeto, que ainda irá a apreciação do Senado.
O projeto faz parte do plano Novo Mercado de Gás, lançado há um ano, com o qual o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende promover o que ele chama de “choque de energia barata” para incentivar uma reindustrialização do país.
O plano é uma das apostas do governo para estimular investimentos e ajudar a acelerar a recuperação da economia pós-pandemia
O projeto foi aprovado pelos deputados por 351 votos a 101, logo após uma outra votação ter derrotado um requerimento da oposição para tirar o projeto de pauta.
O plano envolve, entre outras medidas, o fim do monopólio da Petrobras neste segmento. A estatal já decidiu deixar o negócio de distribuição de gás para viabilizar a abertura do mercado nos estados
Atualmente, concessões estaduais monopolizam a distribuição de gás encanado na ponta, até o consumidor.
A Petrobras também firmou acordo com o Cade, orgão de defesa da concorrência do governo, para abrir espaço para a concorrência no setor de transporte de gás. A estatal já começou a vender parte de sua malha de gasodutos.
A estatal também iniciou o processo de venda da Gaspetro, subsidiária com a qual é sócia de várias distribuidoras estaduais.
O texto aprovado na Câmara muda regras federais para garantir abertura do mercado de gás. Como mais competição, o governo espera redução de até 40% nos preços do combustível.
O preço do insumo é formado pelo custo da molécula de gás, do transporte (dutos que ligam unidades de processamento a distribuidoras), da distribuição e de impostos. O preço final do gás no Brasil está, em média, em US$ 13 por milhão de BTU. Nos EUA sai por US$ 3.
O projeto altera o regime de exploração de gasodutos para o de autorizações, mais simples que as atuais concessões. Impede também que uma empresa atue em várias etapas da produção.
A nova lei barra a relação societária entre transportadores de gás (os grandes gasodutos ligando as unidades de produção e as distribuidoras) e produtores e comercializadores.
Além disso, a proposta assegura o livre acesso de outras empresas a infraestruturas essenciais, como gasodutos, unidades de processamento e terminais de liquefação e regaseificação de GNL.
Fonte: Exame